OS CINCO
PILARES DO ISLAM
1.
Shahada (testemunho de fé)
2. Salat (oração)
3. Zakat (caridade)
4. Siam (Jejum)
5. Hajj (peregrinação)
OS CINCO PILARES DO ISLAM são a estrutura da vida do muçulmano:
a fé, a oração, o interesse pelo necessitado (zakat),
a auto-purificação (jejum) e a peregrinação
à Meca para quem tiver posses para tal.
1º- O Testemunho
O testemunho é
a proclamação de fé, é a chave que faz com
que o ser humano ingresse no Islam. Ele se dá, em primeiro lugar,
pela aceitação do seu significado pelo coração
e pela razão, eliminando, dessa forma, a dúvida, e em
segundo lugar, pelo seu pronunciamento através da fala. O testemunho
engloba a crença Islâmica, quando pronunciamos a primeira
parte que é:
''Ach-hadu an lá
iláha il-la Allah''
ou seja:
''Testemunho que
não há outra Divindade além de Deus''
E certificamos a
nossa crença completa na unicidade de Deus, ou seja, na unicidade
de Deus na criação, na unicidade Divina (ou seja, da adoração)
e na unicidade dos Nomes e Atributos de Deus.
Essa sentença
descarta a adoração de qualquer outra coisa que possamos
ser tentados a colocar no lugar do Deus Único como ídolos,
tais como fenômenos da natureza, poder, riqueza e similares, Deus,
o Altíssimo, no Alcorão, deu testemunho sobre isso, sendo
confirmado pelos anjos e sábios.
"Deus dá
testemunho de que não há mais divindade além d'Ele;
os anjos e os sábios O confirmam Justiceiro; não há
mais divindade além d'Ele, o Poderoso, o Prudentíssimo."
(Alcorão Sagrado 3:18)
Esta sentença
é a base na qual será construída todo o Din (religião),
logo, é a primeira obrigação que recai sobre o
crente, ou seja, a sua aceitação consciente.
"... Com exceção
daqueles que declaram a verdade e com pleno conhecimento." (Alcorão
Sagrado 43:86)
E completa de tudo
que ela implica, como aceitação do que foi legislado por
Deus, quando pronunciamos a segunda parte que é:
Ach-hadu an-na Muhammadan
Rassul-Allah
ou seja:
Eu testemunho que
Muhammad é o Seu Mensageiro
Certificamos que
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele), é o último mensageiro de Deus e, conseqüentemente,
isso implica na aceitação do muçulmano de tudo
que ele nos informou como a crença nos anjos, nos Livros revelados,
nos mensageiros, no Dia do Juízo Final e na predestinação.
Essa sentença
não pode criar nenhuma mudança na vida do ser humano se
apenas for pronunciada sem convicção, sem que se perceba
o seu real significado e, principalmente, sem que seja posta em prática.
É como se
estivéssemos com fome e nos limitássemos a repetir a palavra
comida. Isso não adiantaria nada, pois permaneceríamos
com fome. A força real dessa sentença está na sua
aceitação consciente e completa e na sua colocação
em prática.
2º-
A Oração
A oração
é a primeira das adorações instituídas por
Deus no Islam. E tamanha é a sua importância que foi a
única que não foi transmitida ao profeta Muhammad (que
a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), através
do arcanjo Gabriel aqui na terra. A sua transmissão se deu no
céu, feita diretamente por Deus ao Seu Mensageiro, nos eventos
conhecidos como Al Isrá (A viajem noturna) e Al Miráj
(A ascensão). A oração é citada no Alcorão
mais de 117 vezes, a sua finalidade está expressa neste versículo.
"Sou Deus.
Não há divindade além de Mim ! Adora-Me, pois,
e observa a oração, para celebrar o Meu nome." (Alcorão
Sagrado 20:14)
A obrigatoriedade
da oração veio expressa tanto no Alcorão como na
Sunnah.
"A oração
é uma obrigação prescrita aos crentes, para ser
cumprida em seu devido tempo." (Alcorão Sagrado 4:103)
A forma de fazê-la
nos foi passada pelo profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção
de Deus estejam sobre ele), através da Sunnah. Disse o profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele):
"Orai como
me vistes orando."
A oração
é considerada a base fundamental da religião. Disse o
profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam
sobre ele):
"Para o muçulmano
cair na heresia e no ateísmo, basta somente que ele deixe de
cumprir as orações."
Deus instituiu cinco
orações diárias obrigatórias, onde o muçulmano
estabelece um elo, uma ligação direta entre ele e Deus,
sem a necessidade de intermediários para isto, onde ele expressa
a sua gratidão e amor a Deus, fortificando, dessa forma, o coração,
o corpo e o espírito.
A oração
islâmica é um conjunto perfeito, onde o muçulmano
alcança diversos benefícios, na parte espiritual, ele
alcança paz de espírito elevando-o, na parte física,
ele realiza um exercício diário, através dos seus
movimentos, beneficiando com isso o seu corpo e é um estimulo
à utilização da sua razão, a partir do momento
em que tem que saber o que diz na oração, raciocinando
em cima dos versículos que são recitados na oração.
Logo, o muçulmano
que pratica as cinco orações diárias está
reforçando, cinco vezes ao dia, a crença sobre a qual
repousa a sua fé, pois a prática da oração
é um dos maiores sinais de fé, e a prova mais óbvia
da gratidão a Deus pelas Suas incontáveis graças.
Nesses momentos,
o muçulmano é relembrado de que Deus o esta observando
e ao seu comportamento diário, assim, ele procurará afastar-se
de tudo aquilo que é ilícito e fazer tudo aquilo que agrada
a Deus.
"Recita o que
te foi revelado do Livro e observa a oração, porque a
oração preserva o (homem) da obscenidade e do ilícito;
mas, na verdade, a recordação de Deus é o mais
importante. Sabei que Deus está ciente de tudo quanto fazeis."
(Alcorão Sagrado 29:45)
"Amparai-vos
na perseverança e na oração. Sabei que ela (a oração)
é carga pesada, salvo para os humildes, Que sabem que encontrarão
o seu Senhor e a Ele retornarão." (Alcorão Sagrado
2:45-46)
Nós devemos
ter sempre em mente que Deus não precisa da nossa oração,
porque Ele está livre de qualquer necessidade. Nós, pelo
contrário, é que precisamos dela pois ela nos traz inúmeros
benefícios, como os já vistos, além de vários
outros, como o de estar imprimindo a organização, a disciplina,
a perseverança e a ordem na nossa vida.
A oração
nos treina todas as virtudes que tornam possível o desenvolvimento
de uma pessoa feliz, proporcionando-nos equilíbrio e paz interior.
O Islam é uma religião social, por isso, é uma
doutrina que agrega e congrega, cria o grupo e a comunidade.
Logo, podemos verificar
o estímulo à oração feita em grupo, onde
os muçulmanos ficam alinhados em fileiras, simbolizando com isso
a igualdade que prevalece entre todos quando estão diante de
Deus, não havendo diferenças entre o rico e o pobre, o
negro e o branco, nem privilégios do governante para o governado.
Além do mais,
faz com que os muçulmanos se reencontrem pelos menos cinco vezes
ao dia, fortificando, com isso, os laços de amizade, por exemplo,
ao constatarem a ausência de alguém que costuma ser assíduo
nessas orações, procuram-no para verificar se está
doente ou necessitando de algo.
Embora a oração
seja aceita por Deus em qualquer lugar, como nas nossas casas, local
de trabalho, etc., Deus nos orientou para que construíssemos
as mesquitas para que estas orações em grupos pudessem
ser realizadas.
"(Semelhante
luz brilha) nos templos (Mesquitas) que Deus tem consentido sejam erigidos,
para que neles seja celebrado o Seu nome e neles O Glorifiquem de manhã
e à tarde." (Alcorão Sagrado 24:36)
"Sabei que
as mesquitas são (as casas) de Deus; não invoqueis, pois,
ninguém, juntamente com Deus." (Alcorão Sagrado 72:18)
Disse o profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele):
"Para aquele
que constantemente vai à mesquita, ou dela volta, Deus prepara
uma mansão no Paraíso, tanto na ida como na volta."
(Relatado por Bukhári e Muslim)
e disse também:
"Quanto àquele
que fizer corretamente a ablução em sua casa, em seguida
for a uma das casas de Deus para realizar uma das orações
obrigatórias, saiba que, por cada passo que der, ser-lhe-á
perdoada uma falta ou ele será elevado em um grau." (Relatado
por Muslim)
A obrigatoriedade
da oração recai sobre:
1- Os muçulmanos;
homens e mulheres;
2- os que atingiram
a puberdade;
3- os que gozam
de plenas faculdades mentais.
As condições
prévias necessárias para validade das orações
são:
1º- A purificação
(tanto do local aonde irá realizar-se a oração,
como das roupas com as quais nós iremos rezar, como do nosso
corpo através da ablução ou do banho).
Uma das condições
para se efetuar as orações é que o local onde iremos
orar esteja sem vestígios de impurezas.
Da mesma forma,
as roupas com as quais iremos orar, têm que estar sem os vestígios
de impurezas. E em relação ao nosso corpo, temos que fazer
a ablução, que é uma lavagem parcial do corpo como
descrito no versículo a seguir:
"Ó fiéis
sempre que vos dispuserdes a observar a oração, lavai
o rosto, as mãos e os antebraços até aos cotovelos;
esfregai a cabeça, com as mãos molhadas e lavai os pés,
até aos tornozelos..." (Alcorão Sagrado 5:6)
E só terá
que renová-la para a próxima oração caso
a quebre. Isso se dá em caso de necessidades biológicas,
caso tenha um ferimento, por onde o sangue escorra, dormir, desmaio
ou perda da consciência.
Existem situações
em que, ao invés da ablução, temos que tomar um
banho completo para realizar as orações. Isto se dá
em caso da ejaculação provocada ou involuntária,
após as relações sexuais, ao término da
menstruação e do pós-parto.
"Ó fiéis,
não vos deis à oração, quando achardes ébrios,
até que saibais o que dizeis, nem quando estiverdes polutos pelo
dever conjugal - salvo se vos achardes em viagem - , até que
vos tenhais higienizado..." (Alcorão Sagrado 4:43)
2º- Estar dentro
do horário da oração:
Deus prescreveu
aos muçulmanos cinco orações diárias e determinou
os seus respectivos horários, que são:
1º- A oração
da Alvorada (Que começa com o alvorecer do dia e termina ao nascer
do sol).
2º- A oração
do Meio-dia (Que começa quando o sol atinge seu ponto culminante,
com a sombra em zero graus e termina quando a sombra estiver do mesmo
tamanho do objeto).
3º- A oração
da Tarde (Que começa quando a sombra do objeto estiver igual
ao seu tamanho e termina quando a sombra se tornar o dobro do objeto).
4º- A oração
do Pôr do Sol, ou do Ocaso, ou do Crepúsculo, (Que começa
com o pôr do sol e termina com o desaparecimento do crepúsculo
vermelho ou seja daquela luminosidade avermelhada).
5º- A oração
da Noite (Que começa quando se extinguir a última luz
refletida do sol e termina com o raiar da aurora). Logo, não
é permitido ao muçulmano fazê-las antes da entrada
do seus respectivos horários.
"Observai a
devida oração, porque ela é uma obrigação,
prescrita aos fiéis para ser cumprida em seu devido tempo."
(Alcorão Sagrado 4:103)
E quando o profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele), foi indagado sobre a mais nobre das ações disse:
"A oração
celebrada no seu tempo exato."
Citaremos, agora,
um versículo referentes aos horários das orações:
"Glorificai,
pois, Deus, quando anoitece e quando amanhece! Seus são os louvores,
nos céus e na terra, tanto na hora do poente como ao meio-dia."
(Alcorão Sagrado 30:17-18)
3º- Estar direcionado
à Makkah:
Os muçulmanos
de todos os cantos do planeta, ao realizarem as suas orações,
se voltam em direção a Makkah, simbolizando dessa forma
a sua unidade, e seguindo a determinação de Deus, o Altíssimo:
"Orienta teu
rosto (ao cumprir a oração) para a Sagrada Mesquita (de
Makkah)! E vós (crentes), onde quer que vos encontreis, orientai
vossos rostos até ela." (Alcorão Sagrado 2:144)
Quem desconhecer
a sua direção deverá, através da dedução,
direcionar-se para aquela que lhe parecer a mais acertada.
A título
de curiosidade, os muçulmanos no início rezavam direcionados
a Jerusalém. Somente no segundo ano da Hégira foi ordenado
ao profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus
estejam sobre ele). mudar o seu direcionamento para Makkah.
4º- A intenção:
A pessoa deve estar
com toda sua atenção voltada para seu Senhor, e com uma
sincera intenção dentro de seu coração.
5º- E estar
vestido adequadamente:
O homem deve cobrir-se
no mínimo do umbigo até o joelho, e a mulher o corpo todo
com exceção do rosto, das mãos e dos pés.
Ambos não deverão usar roupas transparentes ou apertadas
que marquem o corpo.
A oração
é a primeira coisa pela qual teremos que prestar contas no Dia
do Juízo Final, como nos disse o profeta Muhammad (que a Paz
e a Bênção de Deus estejam sobre ele):
"A primeira
coisa de que o homem terá de prestar contas, no Dia do Juízo
Final, será a oração. Se (as orações)
foram válidas, toda a sua obra será; se foram defeituosas,
toda a sua obra também será sido."
A prática
das orações redime os nossos pecados, como nos disse o
profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam
sobre ele):
"O que pensaríeis
se houvesse um riacho diante da porta de alguém, e essa pessoa
se banhasse cinco vezes por dia nele? Restar-lhe-ia alguma sujeira?
E eles responderam: Certamente que não! Ele então disse:
É o caso das cinco orações, por meio das quais
Deus vos remove todos os pecados."
E disse também:
"As cinco orações
diárias (obrigatórias), a oração de sexta-feira
(consecutivamente) e a observância do jejum no mês de Ramadan
(consecutivamente), expiam as faltas nesse período, e sempre,
desde que se evite cometer pecados graves." (Relatado por Muslim)
E no Alcorão
temos:
"E observa
a oração em ambas as extremidades do dia e em certas horas
da noite, porque as boas ações anulam as más. Nisto
há mensagem para os que recordam." (Alcorão Sagrado
11:114)
Os muçulmanos
tem uma oração semanal obrigatória, que é
a oração da sexta-feira, para todos os homens e mulheres
que tenham alcançado a puberdade e sejam residentes em um povoado.
"Ó fiéis,
quando fordes convocados, para a oração da sexta-feira,
recorrei à recordação de Deus e abandonai os vossos
negócios; isso será preferível, se quereis saber.
Porém, uma vez observada a oração, dispersai-vos
pela terra e procurai as graças de Deus, e mencionai muito Deus,
para que prospereis. Porém, se quando se depararem com o comércio
ou com a diversão, se dispersarem, correndo para eles e te deixarem
a sós, Dize-lhes: O que está relacionado com Deus é
preferível à diversão e ao comércio, porque
Deus é o melhor dos provedores." (Alcorão Sagrado
62:9-11)
Que é realizada
no horário da oração da tarde, em substituição
da mesma, que é acompanhada da realização de um
sermão feito pelo Imam, que consiste em ensinamentos, aconselhamentos
e orientações ao tratar de problemas que ocorreram neste
meio tempo na sociedade, ou lições ligadas ao Islam.
Citaremos agora
algumas características relatadas por Deus daquelas pessoas que
são constantes em suas orações e as fazem com sinceridade,
visando com elas ao beneplácito de Deus.
"Alef, Lam,
Mim. Eis o Livro que é indubitavelmente a orientação
dos tementes a Deus; Que crêem no incognoscível, observam
a oração e gastam daquilo com que os agraciamos."
(Alcorão
Sagrado 2:1-3)
"A virtude
não consiste só em que orienteis vossos rostos até
ao levante ou ao poente. A verdadeira virtude é a de quem crê
em Deus, no Dia do Juízo Final, nos anjos, no Livro e nos profetas;
de quem distribui seus bens em caridade por amor a Deus, entre parentes,
órfãos, necessitados, viajantes, mendigos e em resgate
de cativos (escravos). Aqueles que observam a oração,
pagam o zakat, cumprem os compromissos contraídos, são
pacientes na miséria e na adversidade, ou durante os combates,
esses são os verazes, e esses são os tementes (a Deus)."
(Alcorão
Sagrado 2:177)
"Em verdade,
o homem foi criado impaciente; Quando o mal o açoita, impacienta-se;
Mas, quando o bem o acaricia, torna-se tacanho; salvo os que oram, que
são constantes em suas orações."
(Alcorão
Sagrado 70:19-23)
"Bem- aventurado
aquele que se purificar, E mencionar o nome do seu Senhor e orar!"
(Alcorão
Sagrado 87;14-15)
"É certo
que prosperarão os fiéis, Que são humildes em suas
orações." (Alcorão Sagrado 23:1-2)
"E os que observam
as suas orações. Estes serão honrados em jardins."
(Alcorão Sagrado70:34-35)
Agora, citaremos
algumas descrições feitas por Deus daqueles que são
negligentes em suas orações e dos que não a fazem.
"Tens reparado
em quem nega a religião? É quem repele o órfão,
E não estimula (os demais) à alimentação
dos necessitados. Ai, pois dos praticantes das orações,
Que são negligentes em suas orações, Que as fazem
por ostentação, Negando-se, contudo, a prestar obséquios!"
(Alcorão
Sagrado 107:1-7)
"Sucedeu-lhes,
depois, uma descendência, que abandonou a oração
e se entregou às concupiscências. Porém, logo terão
o seu merecido castigo." (Alcorão Sagrado 19:59)
"Toda alma
é depositária das suas ações, Salvo as que
estiverem à mão direita, Que estarão nos jardins
das delícias. Perguntarão, Aos pecadores: O que foi que
vos introduziu no tártaro? Responder-lhes-ão: Não
nos contávamos entre os que oravam, Nem alimentávamos
o necessitado; Ao contrário, dialogávamos sobre futilidades,
com palradores, E negávamos o Dia do Juízo, até
que nos chegou a (hora) infalível." (Alcorão Sagrado
74:38-47)
Agora, citaremos
alguns versículos da Bíblia, que nos mostram que a forma
em que os profetas anteriores a Muhammad oravam é bem semelhante
a que nós muçulmanos oramos. Quanto a fazermos a ablução
antes das orações:
"Colocou a
bacia entre a tenda da reunião e o altar, enchendo-a com água
para as abluções. Moisés, com Aarão e os
filhos deste, lavavam as mãos e os pés, quando entravam
na tenda da reunião ou quando se aproximavam do altar, conforme
Javé tinha ordenado a Moisés." (Êxodo 40:30-32)
Quanto à
forma de fazermos a oração:
"Jesus foi
um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto por terra, e rezou..."
(Mateus 26:39)
"... Então
Josué prostrou-se com o rosto por terra e o adorou..." (Josué
5:14)
"... Elias
subiu ao topo do monte Carmelo e se encurvou até o chão,
colocando o rosto entre os joelhos." (I Reis 18:42)
"Moisés
e Aarão se afastaram da comunidade, foram para a entrada da tenda
da reunião e se prostraram diante dela, com o rosto por terra."
(Números 20:6)
"Abraão
caiu com o rosto por terra. E então Deus lhe falou..." (Gênesis
17:3)
"Quando Salomão
acabou de dirigir a Javé toda essa oração e súplica,
levantou-se diante do altar de Javé, no lugar em que estava ajoelhado
e de mãos erguidas para o céu." (I Reis 8:54)
"Então
o servo se prostrou e adorou a Javé..." (Gênesis 24:26)
"... Todos
se ajoelharam e se prostraram." (Êxodo 4:31)
"Entrem e se
prostrem e se inclinem, bendizendo a Javé que nos fez."
(Salmos 95:6)
"Jesus foi
um pouco mais adiante, prostrou-se por terra..." (Marcos 14:35)
"Ele se prostrará
com o rosto por terra, adorará a Deus." (I aos Coríntios
14:25)
"Ao saber que
o rei tinha assinado o documento, Daniel foi para casa. No andar de
cima havia uma janela que dava para o lado de Jerusalém. Três
vezes por dia ele se ajoelhava ali para rezar e louvar o seu Deus, e
assim fazia sempre." (Daniel 6:11)
"De madrugada,
quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar
deserto." (Marcos 1:35)
Disse o profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele):
"O momento
em que o muçulmano está mais perto de Deus é quando
ele estiver prostrado em oração."
3º-
O Jejum no Mês de Ramadan
O Jejum no mês
de Ramadan se tornou obrigatório, em 624, segundo ano da Hégira.
Os versículos a seguir, nos falam da sua obrigatoriedade e explicam
porque, quando e como jejuar:
"Ó fiéis,
está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados,
para que temais a Deus. Jejuareis determinados dias; porém, quem
de vós não cumprir o jejum, por achar-se enfermo ou em
viagem, jejuará, depois o mesmo número de dias. Mas quem,
só à custa de muito sacrifício, consegue cumpri-lo,
vier a quebrá-lo, redimir-se-á, alimentando um necessitado;
porém, quem se empenhar em fazer além do que for obrigatório,
será melhor. Mas, se jejuardes, será preferível
para vós, se quereis sabê-lo. O mês de Ramadan foi
o mês em que foi revelado o Alcorão, orientação
para a humanidade e evidência de orientação e Discernimento.
Por conseguinte, quem de vós presenciar o novilúnio deste
mês deverá jejuar; porém, quem se achar enfermo
ou em viagem jejuará, depois, o mesmo número de dias.
Deus vos deseja a comodidade e não a dificuldade, mas cumpri
o número (de dias), e glorificai a Deus por Ter-vos orientado,
a fim de que (Lhe) agradeçais." (Alcorão Sagrado
2:183-185)
Como podemos observar
através da primeira parte dos versículos acima, a prática
do Jejum não é algo novo e sim que Deus já o havia
prescrito aos nossos antepassados. A obrigatoriedade do Jejum se deu
em duas etapas:
1- A opção
de se escolher entre jejuar ou dar de comer a um necessitado, sendo
a preferência para o ato de jejuar.
2- A obrigatoriedade
de jejuar, já sem a possibilidade de se escolher entre o jejum
ou a alimentação de um necessitado.
A Jurisprudência
Islâmica assim define o Jejum:
O Jejum é
obrigatório para todo muçulmano que tenha atingido a puberdade
e que goze de perfeita saúde física e mental.
O Jejum no Islam
é o abster-se, desde o raiar da aurora até o pôr-do-sol,
da ingestão de qualquer espécie de alimentos ou bebidas,
assim como fumar e manter relações sexuais.
O período
do jejum poderá ser maior ou menor (já que utilizamos
o calendário lunar que é móvel), dependendo do
mês e estação do ano correspondente no calendário
solar.
Assim sendo, jejuamos
algumas vezes no inverno, de dias curtos e frios, outras no verão,
de dias longos e quentes, e outras vezes em períodos intermediários.
A isenção do Jejum se dá nos seguintes casos:
1- Quando a pessoa
estiver enferma:
Caso a pessoa esteja
doente, poderá deixar de jejuar até se restabelecer ou,
caso o médico ache que o jejum dificulta a cura do paciente,
ele também deverá parar o jejum até se curar, devendo
repor os dias não jejuados, quando estiver gozando de boa saúde.
Esta reposição
não precisa ser feita imediatamente após o mês de
Ramadan, ou de forma contínua, e terá como prazo para
esta reposição até o último dia antes do
início do próximo mês de Ramadan.
2- O viajante:
Quando a viajem
tiver uma distância superior a 84 km, faculta-se ao viajante jejuar
ou não. Isso vai depender de cada pessoa em analisar se a viajem
é cansativa e por isso será uma dificuldade para ele jejuar
ou não, devendo, da mesma forma que o item anterior, repor os
dias não jejuados.
3- A gestante e
a lactante:
Caso a mulher esteja
grávida, ou amamentando, e temer pelo seu bebê, estará
isenta do jejum, devendo, da mesma forma, repor os dias não jejuados,
passado o período de gravidez ou de amamentação.
4- O idoso:
Que seja fisicamente
incapaz de jejuar, para este o jejum não é mais obrigatório,
cabendo ao idoso, caso possua condições, dar, para cada
dia não jejuado, uma refeição a um necessitado,
ou o valor equivalente a esta refeição. Caso contrário,
estará perdoado em não fazê-lo.
5- A mulher menstruada,
ou em resguardo pós parto:
Ela não jejuará
até que passe este período. Mesmo que ela queira, ou sinta
que possa fazê-lo, está-lhe vedado o jejum, e os dias não
jejuados, deverão ser repostos, passado o período.
6- No caso de uma
doença incurável:
A pessoa deixa de
jejuar definitivamente, tendo que dar uma refeição a um
necessitado para cada dia não jejuado, ou o equivalente ao valor
de uma refeição, caso tenha condições para
tal, caso contrário não está obrigado a nada.
O profeta Muhammad
(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele),
nos aconselhou a fazermos o Suhur, que é uma refeição
antes do início do jejum, ou seja, de madrugada, a fim de aliviar
a fome e a sede, nos auxiliando no cumprimento diário do jejum.
Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de
Deus estejam sobre ele):
"Lançai
mão do Suhur, porque há benção nesse ato."
Por outro lado,
nos orientou a quebrarmos o jejum logo após o pôr-do-sol,
sem prorrogá-lo. Quanto a isso ele disse:
"Assim disse
Deus Todo Poderoso Senhor da Glória: Dentre os meus servos, prefiro
aquele que se apressa em quebrar o jejum."
Quanto a quebrarmos
o jejum com água e tâmara, ele disse:
"Quando alguém
quebra o jejum, deve fazê-lo com uma tâmara. Se não
tiver, deverá fazê-lo com água, porque é
pura, e purifica todo o organismo."
Se analisarmos esta
recomendação do ponto de vista médico, veremos
que os intestinos absorvem a água adoçada em menos de
5 minutos, proporcionando, assim, ao organismo, a recuperação
imediata das calorias perdidas durante jejum, ao passo que se enchermos
o estômago com água e outros alimentos, o organismo necessitaria
de 3 à 4 horas para processar essa mesma operação.
A anulação
do jejum se dará caso a pessoa pratique deliberadamente um desses
atos, sabendo que o mesmo é pecado: comer, beber, fumar, ou ter
relação sexual.
A expiação
para este ato será que a pessoa faça um jejum durante
60 dias seguidos para cada dia não jejuado, ou que dê de
comer a 60 pessoas pobres. Mesmo que se faça tal expiação,
terá perdido muitas graças, como disse o profeta Muhammad
(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):
"Quem quebrar
um dia de jejum em Ramadan sem desculpa ou enfermidade, não o
substitui o jejuar o resto de sua vida, mesmo que o faça."
O sentido desde
dito é que jejuar um dia no mês de Ramadan é mais
valioso, perante Deus, do que jejuar a vida toda. Agora, caso a pessoa
estando de jejum se esqueça e coma ou beba, ao se lembrar deverá
imediatamente parar a ingestão do alimento ou da bebida e prosseguir
o jejum, pois este ainda estará valendo.
Disse o profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele):
"Quando algum
de vós come ou bebe, por acidente, esquecendo-se do seu jejum,
deve continuar o jejum até o fim, porque (comendo ou bebendo
por engano) significa que Deus lhe deu de comer e de beber."
O sublime espírito
do Jejum no mês de Ramadan:
Engana-se quem pensa
que o jejum é apenas deixar de comer, beber, fumar ou ter relações
sexuais. A privação não é a finalidade desta
adoração e sim os inúmeros benefícios que
estão por detrás deste ato.
Tanto os relacionados
conosco, como os relacionados com os nossos semelhantes. Apesar de o
jejum parecer difícil, ele não é imposto como uma
forma de punição, mas sim como um ato de devoção
e auto disciplina.
Citaremos alguns
ditos do profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção
de Deus estejam sobre ele), que dizem respeito a isso:
"O muçulmano
que não deixar de dizer inverdades e não abandonar todas
as formas de maldade no Ramadan, não lhe adiantará jejuar
pois a Deus não interessa que o muçulmano deixe apenas
de comer e beber."
E disse:
"Quando um
de vós se levanta de manhã em estado de jejum não
deve usar linguagens obscenas nem praticar qualquer ato de ignorância.
E se alguém vos caluniar, ou quiser discutir convosco, deveis
dizer: Estou jejuando, estou jejuando."
E disse:
"Muitos jejuadores
apenas obtêm a fome e a sede, assim como muitos ao fazerem a prece
nada obtêm além do cansaço físico e da vigília."
Logo, podemos ver
que o jejum é uma extraordinária escola que nos ensina
os mais altos graus de moralidade, cria o amor e a misericórdia
nos corações e nos acostuma com a prática da caridade.
O jejuador procura
dizer coisas construtivas para os outros e nunca procura causar distúrbios
entre as pessoas, procura dizer sempre a verdade e ser leal, não
mentir nem difamar os outros, procura cumprir as suas promessas e nunca
agir hipocritamente.
Portanto, ao jejuarmos
um mês todo ano e colocarmos em prática tais ações,
veremos que isso é viável e procuraremos agir dessa forma
o ano inteiro.
Logo, temos no jejum
um verdadeiro exercício da fé. O ato de ficarmos com fome
e com sede não é, em si, adoração, mas um
meio para realizarmos a verdadeira adoração.
A verdadeira adoração
significa desistirmos de violar a Lei de Deus, por temor e amor a Ele,
buscando realizar atividades que O agradem, e refreando-nos quanto às
que não O agradam, caso contrário, estaremos apenas causando
uma inconveniência desnecessária ao nosso estômago.
Além de ser
uma revisão, um balanço das nossas vidas, onde devemos
nos perguntar se estamos agindo de acordo com o que agrada a Deus ou
não?
Nos perguntar o
que estamos fazendo para matar a fome daqueles mais necessitados?
E procurarmos corrigir
os nossos passos e atitudes, a fim de nos aproximarmos ao máximo
daquilo que agrada a Deus.
Os benefícios
do Jejum no mês de Ramadan:
1º- O Jejum
fortalece o domínio da razão sobre os impulsos cegos dos
sentimentos.
Pois o homem não
é guiado apenas por seus instintos, mas também por considerações
que previnem seus instintos animais da destruição, orientando-o
para uma vida social harmoniosa, decente e refinada. Quem fizer o jejum
corretamente, poderá, com certeza, disciplinar os seus desejos
apaixonados e colocar o seu ser acima das tentações físicas.
Pois, caso o homem, ao invés de controlar esses desejos, fosse
controlado por eles, estaria se assemelhando aos animais. Logo, através
do jejum, o Islam procura dominar e disciplinar os desejos do homem.
2º- O jejum
ensina ao homem a disciplina, a paciência e o autocontrole.
Pois imaginem termos
a geladeira cheia de alimentos e bebidas e estarmos sentindo fome ou
sede decorrentes do jejum e não abrirmos a geladeira para nos
saciarmos por estarmos seguindo as ordens de Deus, resistindo a isso
com paciência. Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção
de Deus estejam sobre ele):
"É um
mês de paciência, e a paciência leva para o paraíso.
é o mês da equidade e abundância para o crente. Aquele
que jejua alcança o perdão para os seus pecados."
3º- O jejum
integra a comunidade no exercício religioso, criando a sua unidade.
Pois todos os muçulmanos,
em momentos iguais, ficam de jejum e em momentos exatos quebram o jejum,
criando a efetiva igualdade entre todos, governantes e governados, ricos
e pobres, pois todos sentem as mesmas sensações, quer
quando estão jejuando, ou seja, a fome e a sede, quer quando
quebram o jejum.
4º- O Jejum
facilita ao homem o domínio da arte de se adaptar.
Pois ao jejuarmos
no mês de Ramadan, podemos perceber a mudança da rotina
da nossa vida diária, como, por exemplo, ao invés de fazermos
3 refeições diárias fazemos apenas duas.
Tendo os seus horários
também modificados, as horas de sono do tempo normal de descanso
são encurtadas, já que acordamos mais cedo para fazermos
o Suhur, e etc.
Devido a esta mudança,
o homem se adapta naturalmente a um novo sistema e reage a fim de corresponder
às novas condições. Assim sendo, com o tempo nós
acabamos desenvolvendo uma força espontânea de adaptação
e de superação das dificuldades imprevistas da vida.
5º- O jejum
faz com que se crie no homem um sentimento humanitário e de solidariedade.
Pois ao passar,
na prática, por certas privações, mesmo que temporárias,
sentindo os seus efeitos, tais como fome e sede, o homem conhecerá
realmente o significado da fome que assola seus semelhantes e se lembrará
dos seus irmãos que talvez passem por isso durante dias, semanas
ou até meses. Esta experiência faz com que nos apresemos
mais do que qualquer outra pessoa em procurar satisfazer as necessidades
deles.
Os benefícios
do Jejum para a nossa saúde:
Disse o profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele):
"Jejuem e se
curem."
O Jejum, no Islam,
não segue o padrão de total abstinência, mas pode
ser considerado como um jejum controlado. Os nutricionistas são
a favor do jejum controlado, para se obter uma melhor saúde.
Esse tipo de recomendação
está de acordo com o jejum no Islam. A total abstinência
de comida e de líquido é desencorajada, uma vez que poderá
levar a efeitos colaterais danosos, ou à inanição,
se prolongada.
O Jejum é
uma dieta alimentar, elimina os resíduos e o excesso de umidade
dos intestinos, reduz o índice de açúcar no sangue,
revitaliza a circulação reduz o colesterol, organiza e
regula a pressão arterial, dá descanso ao coração,
além de ajudar na cura dos males da pele, uma vez que diminui
o índice de água no corpo e no sangue, dentre vários
outros benefícios.
Zakatul Fitr (A
caridade do desjejum):
O chefe da família
deve pagar por ele e pelos seus dependentes, podendo ser em gêneros
alimentícios ou em dinheiro, não podendo esse valor ser
inferior ao estipulado pela religião.
E deverá
ser pago aos pobres e necessitados antes da oração do
Id (festa), para que o seu jejum esteja completo e seja aceito.
Caso se pague depois
desse período, não terá validade como a caridade
do desjejum, e sim como uma boa ação. Disse o profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele):
"O jejum do
mês de Ramadan fica suspenso entre o céu e a terra. Só
é elevado até o céu pelo zakatul Fitr."
E disse também:
"O jejuar do
mês de Ramadan não será aceito, sem o zakatul Fitr."
A finalidade do
zakatul fitr é proporcionar às pessoas menos favorecidas
a oportunidade de participarem da festa do desjejum, fazendo com que
possam preparar doces ou uma refeição melhor, possam comprar
roupas novas e brinquedos para as crianças. Fazendo com que ricos
e pobres possam sentir a alegria desse dia.
Disse o profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele):
"Aliviai-os
da necessidade de saírem atrás de caridade nesse dia."
Os eventos históricos
que aconteceram no mês de Ramadan:
1- A revelação
do Alcorão.
2- A morte do tio
do profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus
estejam sobre ele), Abu Talib, no ano 10 da missão.
3- A morte da esposa
do profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus
estejam sobre ele), Khadija Bint Khuailad, no ano 10 da missão.
4- A batalha de Badr, que se deu no dia 17 de Ramadan no segundo ano
da Hégira, onde os muçulmanos, com 300 combatentes, venceram
os descrentes com aproximadamente 1000 combatentes.
5- A instituição
do zakat.
6- A conquista de
Makka, que se deu no dia 22 de Ramadan, no oitavo ano da Hégira,
tendo os seus ídolos sido destruídos.
7- O início
da batalha de Tabuk.
8- A morte de Fátima,
filha do profeta, se deu no ano 11 no mês de Ramadan.
9- A conquista da
ilha de Rhodes e parte da Espanha, que se deu no ano 53 Hégira.
10- A morte de Aicha
esposa do profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção
de Deus estejam sobre ele), que se deu no ano 85 Hégira.
11- A derrota do
rei Rodrigo, na Europa, por Tarik Ibn Ziyad, no ano 92 Hégira.
12- A construção
da universidade de Al Azhar, no Cairo, que foi concluída no ano
361 Hégira.
13- A vitória
dos muçulmanos comandados por Salahuddin al Ayyubi (saladino),
sobre os cruzados que ocupavam a Palestina.
14- A revolução
dos malês na Bahia se deu no ano de 1835 do calendário
gregoriano, no mês de Ramadan.
Ditos do profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele) sobre o Jejum de Ramadan:
Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de
Deus estejam sobre ele):
"Quando chega
o mês de Ramadan, abrem-se as portas do paraíso e se fecham
as do inferno, e os demônios permanecem acorrentados."
"A uma pessoa
que jejuar durante o mês de Ramadan, com fé e esperança
de alcançar o beneplácito de Deus, ser-lhe-ão perdoadas
as faltas."
"Há
uma porta no paraíso chamada Al Raiyan, através da qual,
no Dia do Juízo, somente entrarão as pessoas que tiverem
jejuado, e nenhuma outra. Será dito: Onde estão as pessoas
que jejuaram? Estas entrarão por ali, sendo que ninguém
mais o fará, salvo elas. Uma vez que tiverem entrado, a porta
se fechará e, posteriormente, ninguém mais poderá
entrar."
"Deus o Majestoso
e o Exaltado, disse: Cada ato do filho de Adão é em seu
próprio favor, exceto o jejum. Este é por Minha causa
e Eu o recompensarei. Por Deus, em cuja mão está a vida
do profeta, o hálito do que jejua é mais agradável
para Deus do que a fragrância do almíscar."
"Um grande
mês, um abençoado mês, um mês contendo uma
noite que é melhor do que mil meses, chegou a vós, ó
gente. O Deus, Todo Poderoso, apontou a observância do jejum,
durante ele, como um dever obrigatório, sendo que passar as suas
noites em oração é uma prática voluntária.
Se alguém se acercar do Deus Todo Poderoso durante ele, praticando
boas ações, será como um que cumpre um dever obrigatório
em outro mês; e aquele que cumprir um dever obrigatório
nesse mês será como o que cumpre setenta deveres obrigatórios
num outro mês. Esse é o mês da paciência, e
a recompensa para a paciência é o paraíso. é
o mês de repartir com os outros, e é o mês em que
as provisões dos crédulos são aumentadas. Se alguém
der, a um que esteja jejuando, algo com que quebrar esse jejum, isso
lhe proporcionará o perdão para os seus pecados e o salvará
do inferno, e terá uma recompensa igual à sua, sem que
a sua recompensa seja de maneira alguma diminuída."
"Diga aos servos
de Deus que infeliz é aquele que, tendo em sua presença
pai ou mãe idosos, perde a oportunidade de entrar no Paraíso
graças aos dois (cuidando deles); e infeliz é quem, presenciando
o Ramadan, perde a oportunidade de obter o perdão de seus pecados."
"O jejuador
tem dois momentos de alegria: Um ao quebrar o jejum, matando a sede
e a fome, e o outro ao encontrar o seu Senhor, que o recompensará
por seu jejum."
Referindo-se ao
mês de Ramadan disse:
"Em seu começo
a misericórdia de Deus envolve Seus servos, em seu meio Ele concede-lhes
perdão dos pecados, e em seu fim os liberta do inferno."
O jejum numa perspectiva
comparativa:
1- Em outras religiões,
filosofias e doutrinas, vemos que as pessoas ao fazerem o jejum, se
abstêm de certos alimentos, bebidas ou substâncias materiais,
estando livres para substituí-los e encherem seus estômagos
com outros alimentos permitidos, cuja natureza é também
material.
No Islam, no entanto,
o muçulmano se abstém das coisas de natureza material,
a fim de ascender aos prazeres espirituais e ao alimento moral, devendo
incrementar a devoção e adoração, fazer
um estudo mais sério do Alcorão, fazer mais caridade,
etc.
2- A finalidade
do jejum em outras religiões, filosofias e doutrinas é
parcial: algumas vezes para fins espirituais, outras vezes por necessidades
físicas, e outras vezes, ainda, para satisfação
intelectual; nunca para todos estes fins juntos. No Islam, a finalidade
é simultaneamente para todos esses fins juntos, e muitos outros
como: sociais, econômicos, morais, humanitários, etc.
As orações
do Tarawih:
As orações
do Tarawih devem ser praticadas somente no mês de Ramadan, após
a oração da noite. Elas podem ser praticadas separadamente
ou em grupo. E são orações voluntárias.
O profeta Muhammad
(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele)
as fez em grupo na mesquita em somente 3 ocasiões, pois temia
que as pessoas a tornassem obrigatória, caso o vissem rezando
todos os dias na mesquita. O seu número mínimo é
de oito genuflexões, se encerrando com uma genuflexão
uatir (ímpar).
4º-
O Zakat
É um termo
em árabe que não possui um equivalente no nosso idioma,
por ter uma série de significados, dentre eles: crescer, aumentar
e purificação. O Zakat foi ordenado por Deus no segundo
ano da Hégira na cidade de Madina.
"E lhes foi
ordenado que adorassem sinceramente a Deus, fossem monoteístas,
observassem a oração e pagassem o Zakat; esta é
a verdadeira religião." (Alcorão Sagrado 98:5)
"Praticai a
oração, pagai o Zakat e genuflecti, juntamente com os
que genuflectem." (Alcorão Sagrado 2:43)
O Zakat fundamenta-se
na tese de que o dinheiro, a riqueza e todos os bens materiais, pertencem,
na verdade, a Deus. Deus é, portanto, o verdadeiro e o legítimo
dono de tudo que existe no Universo.
"Seu é
tudo o que existe nos céus, o que há na terra, o que há
entre ambos, bem como o que existe sob a terra." (Alcorão
Sagrado 20:6)
O dinheiro é
uma dádiva de Deus que chega às nossas mãos como
uma graça, uma bondade Divina e um favor, sendo o ser humano,
dessa forma, apenas um depositário, um encarregado e um usuário
destes bens, com os quais Deus nos agraciou.
"Crede em Deus
e em Seu Mensageiro, e fazei caridade daquilo que Ele vos fez herdar.
E aqueles que, dentre vós, crerem e fizerem caridade, obterão
uma grande recompensa." (Alcorão Sagrado 57:7)
"Ele foi Quem
vos designou legatários na terra e vos elevou uns sobre outros,
em hierarquia, para testar-vos com tudo quanto vos agraciou. Teu Senhor
é Destro no castigo, conquanto seja Indulgente, Misericordiosíssimo."
(Alcorão Sagrado 6:165)
Logo, os bens materiais
que dispomos deverão ser adquiridos, gastos e distribuídos
da maneira pela qual Ele nos orientou. Dessa forma, o pagamento do Zakat
é, antes de mais nada, uma forma de agradecimento a Deus por
nos ter agraciado com esses bens.
"Suas são
as chaves dos céus e da terra; prodigaliza e restringe a Sua
graça a quem lhe apraz, porque é Onisciente." (Alcorão
Sagrado 42:12)
O Islam também
estabelece que o dinheiro de um muçulmano, seus bens e suas propriedades
são patrimônio de toda a nação islâmica,
pois estabeleceu a unidade da mesma através do seguinte versículo:
"E sabei que
esta vossa comunidade é única, e que Eu sou o vosso Senhor.
Temei-me, pois!" (Alcorão Sagrado 23:52)
Embora respeite
a posse plena, garanta a legítima propriedade e resguarde todos
os direitos daí decorrentes. O Zakat na realidade não
é mais do que distribuir parte dos bens da nação
Islâmica (representada pelos mais abastados) à mesma nação
(representada pelos menos abastados), pois o Islam estabelece que todo
muçulmano possuidor de uma posse dentro do limite estipulado
para tal deve cumprir certas obrigações econômicas
em benefício do bem comum.
O Zakat é
um direito social do grupo junto ao indivíduo, não é
um favor, mas um dever. Os bens de que dispomos não são
apenas para serem gastos com o nosso próprio conforto e luxo.
"E em cujos
bens há uma parcela intrínseca, Para o mendigo e o desafortunado."
(Alcorão Sagrado 70:24-25)
Obriga-se a se pagar
o Zakat sobre 4 categorias de bens:
1- Ouro, prata e
dinheiro.
2- O comércio.
3- O que sai da
terra como grãos e frutos.
4- Sobre os rebanhos
dos animais como carneiros, camelos e gado.
O índice
do Zakat varia de acordo com os bens citados acima, mas no geral corresponde
a 2,5%7. E se paga o Zakat uma vez ao ano com exceção
do Zakat sobre grãos e frutos que se paga a cada colheita.
O Zakat, dentro
do conceito da jurisprudência Islâmica, significa a obrigatoriedade
de todo muçulmano que tenha atingido a puberdade, seja livre
e goze de plenas faculdades mentais e cujas condições
financeiras estejam dentro ou acima do teto (nissab) especificado, que
é o equivalente à 85g de ouro ou 595g de prata, retirar
o correspondente a 2,5% do montante não movimentado durante 1
ano, após saldadas todas as dívidas e satisfeitas todas
as necessidades indispensáveis do seu proprietário e da
sua família, a distribuir aos seus legítimos beneficiários
que são descritos nesse versículo do Alcorão Sagrado:
"As esmolas
(do Zakat) são tão somente para os pobres, para os necessitados,
para os funcionários empregados em sua administração,
para aqueles cujos corações têm de ser conquistados,
para a redenção dos escravos, para os endividados, para
a causa de Deus e para o viajante; isso é um preceito emanado
de Deus, porque é Sapiente, Prudentíssimo." (Alcorão
Sagrado 9:60)
Que serão
analisados abaixo:
1- Os muçulmanos
pobres - São aqueles necessitados que não podem trabalhar
ou não conseguem trabalho.
2- Os muçulmanos
necessitados - O profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção
de Deus estejam sobre ele) caracterizou os necessitados dessa forma:
"Não
é aquele que pede dos outros, satisfazendo-o um ou dois bocados,
uma ou duas tâmaras."
Logo, o necessitado
é aquela pessoa que não possui o necessário e não
é lembrado para receber donativos e não procura pedir
dos seus semelhantes. Ou seja, pode ser um chefe de família empregado,
mas que o seu salário não dá para que ele satisfaça
às necessidades da sua família, e por vergonha não
sai por ai pedindo ajuda as pessoas.
3- Os coletores
do Zakat (funcionários empregados em sua administração)
- São as pessoas encarregadas de fazer a cobrança, a arrecadação
e a distribuição do Zakat aos seus legítimos beneficiários.
Logo, o seus salários são pagos com o dinheiro do Zakat.
Isto só ocorre num Estado Islâmico que efetua esta cobrança,
coleta e distribuição.
4- Os simpatizantes
do Islam - São não muçulmanos que nutrem simpatia
declarada pelo Islam ou recém convertidos ao Islam, que, em decorrência
desta conversão, sofreram quaisquer dificuldades, como perda
de bens, emprego etc..., lhes é dado do Zakat a fim de protegê-los.
5- Libertar escravos
- É destinado o dinheiro do Zakat, a fim de se libertarem-se
escravos ou prisioneiros de guerra.
6- Os endividados
- São os muçulmanos que não dispõe de recursos
para saldar as suas dívidas assumidas devido às pressões
das necessidades.
7- Na causa de Deus
- Abrange tudo que venha trazer benefício para os muçulmanos
no campo social, econômico e religioso. Tanto aos interesses coletivos
como públicos. Como por exemplo: construir escolas, hospitais
beneficentes, mesquitas, bibliotecas, fornecer bolsas de estudos, investir
em atividades de divulgação do Islam e etc.
8- Os viajantes
muçulmanos - São aqueles muçulmanos que se encontram
longe do seu domicílio, em um país estrangeiro por exemplo,
e necessitam de ajuda para retornarem aos seus lares por terem ficado
desprovidos de recursos que lhe possibilitem o retorno.
E dentro destas
categorias, ao distribuirmos o Zakat nós devemos observar certas
preferências. Por exemplo, caso tenhamos um muçulmano pobre
e ao mesmo tempo enfermo ou inválido, é preferível
dar-lhe do Zakat do que a um muçulmano pobre, mas apto a poder
vir a ganhar alguma coisa.
É proibido
destinar o Zakat para os nossos dependentes legais ou seja aquelas pessoas
que temos a obrigação de sustentá-las caso não
possuam meios para tal, como nossos pais, nossos filhos e nossa esposa.
Os detalhes quanto
às percentagens, e ao método de distribuição
e arrecadação, estão baseados na Sunnah do profeta
e na prática dos seus companheiros.
É obrigação
do Estado Islâmico cumprir o seu papel fiscalizador, arrecadando
o Zakat dos muçulmanos que atingiram o teto pré - estabelecido
para tal, e fazer a sua distribuição para os seus legítimos
beneficiários.
Dessa forma, ao
ser distribuído o Zakat pelo Estado evita-se o constrangimento
de quem o está recebendo, agora, na ausência de um Estado
Islâmico que cumpra esse papel, essa obrigação recai
sobre cada muçulmano, cabendo a ele a função de
pagar e distribuí-lo diretamente aos legítimos beneficiários
ou a instituições islâmicas ou mesquitas que se
responsabilizem em fazer tais distribuições.
Ao fazermos a distribuição
do Zakat diretamente às pessoas mais necessitadas, devemos ter
o cuidado de não as humilharmos ou as ofendermos e seguirmos
a recomendação de Deus:
"Uma palavra
cordial e uma indulgência são preferíveis à
caridade seguida de agravos, porque Deus é, por si, Tolerante,
Opulentíssimo." (Alcorão Sagrado 2:263)
O crente não
deve cumprir a obrigação de se pagar o Zakat para satisfazer
o seu orgulho ou alcançar fama, e sim terá que faze-lo
o mais secretamente possível, para não se tornar vítima
da hipocrisia ou da paixão pela vaidade, que anula todas as boas
ações.
No entanto, se a
revelação do nome da pessoa ou da quantia dada por ela,
servir como uma forma de encorajar e estimular outras pessoas a pagarem
o Zakat, este procedimento se torna louvável.
O Zakat deve ser
distribuído na mesma localidade onde for arrecadado a fim de
melhorar a situação dos menos favorecidos que ali residem.
Os diversos impostos que nós pagamos hoje em dia aos governos
não substituem o pagamento do Zakat, pois este é um dever
religioso.
Citaremos abaixo
alguns benefícios do Zakat:
1º- O pagamento
do Zakat por um lado, purifica o coração de quem o dá
da avareza, da mesquinhez, do egoísmo e da sede de riqueza desenfreada
e sem pudor. E, por outro lado, purifica o coração daquela
pessoa que a recebe da inveja, da cobiça e do ódio dos
mais abastados. E por conseqüência, a sociedade, como um
todo, purifica-se e se liberta do conflito de classes, da corrupção
e de tantos outros males. Além de imperar o amor, a felicidade,
o bem estar e a cooperação entre ambas as partes. Que
na verdade é a aspiração do Islam.
2º- O pagamento
do Zakat purifica os nossos bens de algo que tenha sido incorporado
a eles de forma ilícita, pois caso se tenha juntado algo ilícito
no meio dos nossos bens e não se retirar a quantia do Zakat,
os nossos bens se tornarão todos ilícitos. Da mesma forma,
se deixarmos de pagar o Zakat aquela parcela que deveria ser retirada
e não foi, e que não é mais considerada como um
bem nosso e sim um bem ilícito, pois legalmente já não
nos pertence, é como se tivéssemos nos apossado de um
bem alheio. É como o exemplo de uma caixa de maçãs,
onde tem uma maçã podre no meio das maçãs
boas. Caso não se tire a maçã podre da caixa, após
algum tempo todas as maçãs da caixa estarão podres.
Também podemos fazer uma analogia com a poda das plantas, pois
o corte equilibra e estimula novos crescimentos.
3º- O pagamento
do Zakat é um instrumento eficaz de treinamento do espírito
de responsabilidade social. Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a
Bênção de Deus estejam sobre ele):
"Não
é homem de fé aquele que vai dormir saciado e se omite
ficando indiferente mesmo sabendo que seu vizinho tem fome."
4º- O pagamento
do Zakat reduz ao mínimo o sofrimento daqueles membros da sociedade
menos favorecidos materialmente, aumentando assim o seu nível
de bem estar, atuando também como instrumento de crescimento
e estabilização econômica da sociedade.
Pois o pagamento
do Zakat desencoraja fortemente os poupadores de entesourarem a manter
os seus recursos parados fora do fluxo circular da renda, incentivando-os
a empregarem seus recursos em algo produtivo, gerando com isso mais
empregos. E promovendo com isso o fluxo de dinheiro dentro da sociedade.
Dessa forma, o Zakat é mais efetivo do que a instituição
capitalista dos juros. Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção
de Deus estejam sobre ele) a esse respeito:
"Movimentem
(no comércio) o dinheiro dos órfãos para que não
seja corroído pelo Zakat."
5º- A instituição
do Zakat também é um meio de se garantir a segurança
dentro da sociedade, pois a partir do momento que nós suprimos
o básico em relação aos mais necessitados criamos
uma harmonia dentro da sociedade.
6º- Com o pagamento
do Zakat obtemos a multiplicação da recompensa como nos
foi prometida por Deus.
"O exemplo
daqueles que gastam os seus bens pela causa de Deus é como o
de um grão que produz sete espigas, contendo cada espiga cem
grãos. Deus multiplica mais ainda a quem Lhe apraz, porque é
Munificente, Sapientíssimo." (Alcorão Sagrado 2:261)
"Deus abomina
a usura e multiplica a recompensa aos caritativos; Ele não aprecia
nenhum incrédulo pecador." (Alcorão Sagrado 2:276)
7º- O pagamento
do Zakat é um dos meios pelos quais podemos nos purificar dos
nossos pecados e mal comportamentos.
"Recebe, de
seus bens, uma caridade que os purifique e os santifique, e roga por
eles, porque tua prece será seu consolo; em verdade, Deus é
Oniouvinte, Sapientíssimo." (Alcorão Sagrado 9:103)
Disse o profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele):
"A caridade
(Zakat) apaga os pecados do mesmo modo que a água apaga o fogo."
8º- O pagamento
do Zakat é um dos motivos pelo qual obtemos a clemência
de Deus.
"... e a Minha
clemência abrange tudo, e a concederei aos tementes (a Deus) que
pagam o Zakat, e crêem nos Nossos versículos." (Alcorão
Sagrado 7:156)
O pagamento do Zakat
contribui para o crescimento dos nossos bens.
"Dize-lhes:
Em verdade, meu Senhor prodigaliza e restringe Sua graça a quem
Lhe apraz, dentre os Seus servos. Tudo quanto distribuirdes em caridade
Ele vo-lo restituirá, porque é o melhor dos agraciadores."
(Alcorão Sagrado 34:39)
"Quanto emprestardes
algo com usura, para que vos aumente (em bens), às expensas dos
bens alheios, não aumentarão perante Deus; contudo, o
que derdes em Zakat, anelando contemplar o Rosto de Deus (ser-vos-á
aumentado). A estes, ser-lhes-á duplicada a recompensa."
(Alcorão Sagrado 30:39)
E disse o profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele):
"A caridade
jamais diminui o patrimônio."
No Alcorão
encontramos freqüentemente a menção do pagamento
do Zakat no mesmo versículo que fala da observância da
oração.
"Os fiéis
que praticarem o bem, observarem a oração e pagarem o
zakat, terão a sua recompensa no Senhor e não serão
presas do temor, nem se atribularão." (Alcorão Sagrado
2:277)
"Alef, Lam,
Mim. Estes são os versículos do Livro da Sabedoria. Orientação
e misericórdia para os benfeitores, Que observam a oração,
pagam o zakat e estão persuadidos da outra vida. Estes são
orientados por seu Senhor, e serão os bem-aventurados."
(Alcorão Sagrado 31:1-5)
Em função
disso, o primeiro califa Abu Bakr combateu aqueles muçulmanos
que se recusaram a pagar o Zakat após a morte do profeta, pois
o recebimento e a sua distribuição não são
tarefas individuais e sim responsabilidade da autoridade pública,
que está incumbida de fazer cumprir a Lei islâmica, podendo
intervir em nome da sociedade, para estabelecer e consolidar a instituição
do Zakat, ainda que estes testemunhassem que eram muçulmanos
e cumprissem as orações.
Pois ele disse que
para ser um muçulmano não se pode seguir parte do Alcorão,
aquilo que os interessa e deixar de seguir aquilo que não é
dos seus interesses. Pois o Alcorão é um todo indivisível,
e a partir do momento que se acredita ser a Palavra de Deus, ao deixarmos
de seguir algo que ele nos ordena, por não estar de acordo com
os nossos interesses, estamos nos colocando numa posição
superior a Deus.
Logo, quem impedir
o recolhimento do Zakat por negar sua obrigatoriedade, torna-se um descrente
e quem impedir o recolhimento do Zakat por avareza, reconhecendo a sua
obrigatoriedade, é um pecador, não deixando com isso de
ser um muçulmano.
Citarei, agora,
algumas implicações daqueles que não pagam o Zakat
e impedem o seu recolhimento, conforme nos relata o Alcorão:
"Quanto àqueles
que entesouram o ouro e a prata, e não os empregam na causa de
Deus, anuncia-lhes (ó Muhammad) um doloroso castigo. '' (Alcorão
Sagrado 9:34-35)
Temos relatos históricos
que citam que em certos períodos da administração
Islâmica, quando o Islam foi praticado integralmente, como na
época do califa Omar Ibn Abd Al Aziz, não haver nenhuma
pessoa dentre os beneficiários legais para receber o Zakat, pois
a pobreza havia desaparecido do império Islâmico e as pessoas
tinham o suficiente para satisfazer as suas necessidades básicas.
Assim, os bens recolhidos
do Zakat eram depositados num fundo público ou tesouraria do
Zakat, para que fossem utilizados em benefício público,
como a construção de escolas, hospitais, pontes e etc.
Isso demonstra que se a lei do zakat fôr corretamente aplicada,
pode diminuir as necessidades dos cidadãos e enriquecer a tesouraria
pública para que essa possa com o excedente aplicar em benefício
público.
Isto também
demonstra que a existência do Zakat não pressupõe
necessariamente a existência de uma classe desfavorecida para
recebê-la. Deus, o Altíssimo, promete uma grande recompensa
para aqueles que pagam o Zakat.
"Crede em Deus
e em Seu Mensageiro, e fazei caridade daquilo que Ele vos fez herdar.
E aqueles que, dentre vós, crerem e fizerem caridade, obterão
uma grande recompensa." (Alcorão Sagrado 57:7)
"Por outra,
o exemplo de quem gasta os seus bens espontaneamente, aspirando à
complacência de Deus para fortalecer a sua alma, é como
um pomar em uma colina que, ao cair a chuva, tem os seus frutos duplicados;
quando a chuva não atinge, basta-lhe o orvalho. E Deus bem vê
tudo quanto fazeis." (Alcorão Sagrado 2:265)
"É certo
que prosperarão os fiéis, Que são humildes em suas
orações. Que desdenham a vaidade Que são ativos
em pagar o zakat." (Alcorão Sagrado 23:1-4)
5º-
Hajj - A Peregrinação à Makkah
A peregrinação
é o cumprimento de determinados rituais em locais e épocas
específicas.
"A peregrinação
se realiza em meses determinados." (Alcorão Sagrado 2:197)
Que é o décimo
segundo mês do calendário islâmico, o mês de
Zul Hija. Foi estabelecido como o quinto pilar do Islam, no ano 6 da
Hégira.
"... A peregrinação
à Casa é um dever para com Deus, por parte de todos os
seres humanos, que estão em condições de empreendê-la;
entretanto, quem se negar a isso saiba que Deus pode prescindir de toda
a humanidade." (Alcorão Sagrado 3:97)
A peregrinação
é uma obrigação somente para aquelas pessoas que
atingiram a puberdade, são livres, mentalmente sãs, física
e financeiramente capazes para empreender tal viagem.
O peregrino deve
empreender o Hajj com dinheiro lícito, após saldadas todas
as suas dívidas e ter deixado o sustento suficiente para suprir
a necessidade da sua família equivalente ao período para
o qual irá ficar fora devido a peregrinação. pois
nos disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção
de Deus estejam sobre ele):
"Deus é
bom e só aceita o que é bom."
E também
disse a respeito de quem peregrina com dinheiro ilícito:
"... Se o homem
partir com pecúlio ilícito e chamar: Presente, Senhor
estou à sua disposição, dos céus lhe chamará
uma voz: Não te atendemos, nem te bem dizemos. Seu sustento é
ilícito, seu dispêndio também é ilícito
e sua peregrinação não é virtuosa."
A maioria dos rituais
da peregrinação baseiam-se em atos praticados pela família
do profeta Abraão (que a Paz e a Benção de Deus
estejam sobre eles), quando foi incumbido por Deus de reconstruir a
Kaaba juntamente com o seu filho Ismael.
Isto demonstra que
o Islam é a religião de Deus e não uma religião
feita pelo profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção
de Deus estejam sobre ele).
Pois os ritos e
as normas da peregrinação não foram estabelecidos
pelo profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus
estejam sobre ele), mas sim por Deus, como também não
está vinculada à pessoa do profeta Muhammad (que a Paz
e a Bênção de Deus estejam sobre ele), nem à
sua vida, mas sim a Abraão e ao seu filho Ismael, mostrando,
dessa forma, a abrangência e o universalismo do Islam.
Logo, a peregrinação
é um atendimento ao chamamento que o profeta Abraão (que
a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) dirigiu
a todos os homens, obedecendo à ordem de Deus.
"E (recorda-te)
de quando indicamos a Abraão o local da Casa, dizendo: Não
Me atribuas parceiros, mas consagra a Minha Casa para os circungirantes,
para os que permanecem em pé e para os genuflexos e prostrados.
E proclama a peregrinação às pessoas; elas virão
a ti a pé, e montando toda espécie de camelos, de todo
longínquo lugar, para testemunhar os seus benefícios e
invocar o nome de Deus, nos dias mencionados, ..." (Alcorão
Sagrado 22:26-28)
Os elementos
principais da peregrinação:
1º-Al Ihram
– É a intenção de cumprir a peregrinação.
A partir do momento em que o peregrino se propõe a iniciar os
rituais da peregrinação, ele veste duas peças de
tecido, de preferência branco, eliminando, dessa forma, as diferenças
de cultura e de classes entre as pessoas, ficando todos iguais perante
Deus.
2º-Al Tawaf
– Consiste em dar sete voltas em torno da Kaaba, repetindo, com
isso, o que foi feito pelo profeta Abraão e seu filho Ismael.
(Que a benção e a paz de Deus estejam com todos eles).
É também como se fosse uma réplica, aqui na terra,
do que os anjos fazem constantemente no céu, circundando o Trono
de Deus, orando e adorando-o.
3º-Al Sa'i
- Consiste em percorrer a distância entre os montes de Al Safa
e Al Marua, sete vezes, repetindo com isso o que foi feito pela esposa
do profeta Abraão, Agar, quando procurava água para o
seu filho Ismael.
4º-Jamarat
– Que consiste em repetir o mesmo ato feito pelo profeta Abraão,
quando estava indo cumprir a ordem de Deus de sacrificar o seu filho
Ismael.
5º-A parada
em Arafat – Que consiste em ficar ali desde o entardecer do dia
nove até o pôr do sol do mesmo dia. Arafat é o único
local na realização da peregrinação, em
que todos os peregrinos ficam juntos num mesmo lugar.
Os peregrinos passam
esses momentos em oração, pedindo perdão a Deus.
Podemos ter nesse momento uma idéia, uma visão de como
será o Dia do Juízo Final, onde todos os seres humanos,
após serem ressuscitados, estarão juntos esperando pelo
julgamento.
A peregrinação
a Makkah, é a maior convenção anual de fé,
o maior congresso mundial, realizado anualmente por muçulmanos
de diferentes nacionalidades, línguas e cores.
O Islam desde 1400
anos, realiza tais congressos que foram instituídos por Deus,
durante os quais os muçulmanos se encontram, se conhecem, examinam
os assuntos comuns relativos ao Islam e aos muçulmanos e através
da troca de experiências dos peregrinos, ao retornarem aos seus
países de origem passam aos demais os resultados dessa troca
de experiências.
Como é também
a maior conferência de paz regular que a história da humanidade
jamais conheceu. Durante a peregrinação podemos observar
inúmeros benefícios tanto individuais como coletivos.
Como a manifestação na prática dos verdadeiros
traços da universalidade do Islam, da fraternidade e da igualdade
entre os muçulmanos.
A sua realização
transcende os limites de lugar, idioma e cor. Igualando a todos governantes
e governados, ricos e pobres, aonde todos são iguais sendo o
melhor ante Deus o mais temente. Logo podemos observar todos com um
mesmo objetivo, adorar a Deus da maneira que melhor O agrada.
E durante a peregrinação
nós nos familiarizamos com o ambiente espiritual e histórico
no qual viveu o profeta Muhammad (que a Paz e a Benção
de Deus estejam sobre ele).
Ditos do profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele) relativos ao Hajj:
"Quem cumprir
a peregrinação sem pronunciar nada censurável e
sem cometer nada condenável retornará como no dia em que
nasceu"(ou seja puro sem pecados).''
"Uma peregrinação
cumprida com total devoção possibilita o paraíso
como recompensa."
"Em nenhum
outro dia Deus livrará tantas criaturas do inferno como no dia
de Arafat."
A Umra, é
a visitação a Makka que é feita fora do período
da peregrinação. Ela pode ser feita em qualquer época
do ano, sendo que a melhor época para fazê-la é
no mês de Ramadan pois o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção
de Deus estejam sobre ele) disse:
"Quem fizer
a Umra no mês de Ramadan equivale (em termos de recompensa) a
fazer uma peregrinação na minha companhia (do profeta)."
A pessoa que faz
a Umra faz apenas uma parte dos rituais que são realizados na
peregrinação.
Al Masjid Al Haram
(A mesquita sagrada ):
A mesquita sagrada,
desde o tempo em que Abraão e seu filho Ismael (que a Benção
e a Paz de Deus estejam com eles) reconstruíram a Kaaba, sempre
foi um pátio ao redor da Kaaba, sem casas construídas
por perto, nem paredes cercando-a. Com o passar do tempo, construiu-se
uma mesquita que veio sofrendo várias ampliações,
sendo que hoje a sua área corresponde a 160.000 metros quadrados.
O Id-Al-Adha (A
festa do sacrifício ):
É a segunda
festa do Islam, sendo a primeira a festa do desjejum. O Id-Al-Adha é
uma recordação da história do que iria ser o sacrifício
do profeta Ismael, quando seu pai, o profeta Abraão, seguindo
sem hesitação a ordem de Deus, iria sacrificar seu filho.
Deus poupou a vida
de Ismael, mandando que se sacrificasse um cordeiro em seu lugar, por
isso, faz parte da Sunnah, ou seja, da prática do profeta Muhammad
(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele)
logo, sendo aconselhável que cada muçulmano que tenha
condições para tal, abata um animal, como um carneiro,
boi ou camelo, e distribua parte da sua carne às pessoas mais
necessitadas, para que nesse dia de festa para todos os muçulmanos,
também os mais necessitados possam desfrutar com maior satisfação
dela.
COMO PRATICAR
OS RITUAIS DO HAJJ E DA UMRAH
Por Shaikh Muhammad As-Salih Al-Uthaimeen
OBS: No final do texto encontra-se um glossário com o significado
alternativo aos contidos dentro dos parênteses dos termos árabes
Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso
Deus seja louvado, Senhor do Universo. Que a paz e as bênçãos
estejam com Muhammad, o último dos profetas e mensageiros e sobre
sua família e companheiros estimados.
O Hajj é uma das melhores formas de adoração e
é uma dos atos mais sublimes e um dos maiores pilares do Islam,
que Allah enviou através de Muhammad (saw). Sem o Hajj, a religião
dos Seus servos é incompleta.
Uma forma de adoração só é aceitável
se as seguintes condições são verdadeiras:
1. Que seja dedicada a Allah, com o anseio pela vida depois da morte.
Não pode ser praticado com a intenção de ser visto
pelos homens ou de receber ganhos materiais.
2. Quando o exemplo do Profeta, em palavras e atos, é seguido,
o que só pode ser alcançado com o conhecimento da Sunnah.
Formas de Peregrinação
São três os tipos de Hajj: Tamattu',
Ifraad e Qiran
Tamattu': O peregrino veste o Ihram para a Umrah somente durante os
meses do Hajj, ou seja, quando ele chega a Meca, faz o Tawaf e Sa'i
para Umrah. Em seguida, faz a barba ou prende o cabelo. No dia do Tarwiya,
que é o 8° do mês Dhul-Hijjah, ele veste seu Ihram
somente para o Hajj e cumpre todo o seu ritual.
Ifraad: O peregrino veste o Ihram somente para o Hajj. Quando ele alcança
Meca, faz o Tawaf na chegada e o Sa'i no Hajj. Não faz a barba
ou prende os cabelos, pois ele ainda não retirou o Ihram. Pelo
contrário, ele permanece com Ihram, mesmo depois de jogar as
pedras em Jamrah Al-Aqaba, no dia do 'Eid. Ele pode adiar Ele tem a
permissão de adiar o Sa'i para o Hajj até depois de seu
Tawaf.
Qiran: O peregrino veste o Ihram tanto para a Umrah como para o Hajj
ou, então, veste o Ihram primeiro para a Umrah e, em seguida
intenciona o Hajj antes do seu Tawaf pelo Hajj. As obrigações
daquele que faz Ifraad são as mesmas que as daquele que faz o
Qiran, sendo que este último deve sacrificar um animal ao passo
que o primeiro não é obrigado. A melhor das três
formas é oTamattu'. É a forma que o Profeta (saw) orientava
seus seguidores. Mesmo que o peregrino intencione fazer o Qiran ou o
Ifraad, ele tem a permissão de mudar suas intenções
para o Tamattu', mesmo que tenha feito o Tawaf e o Sa'i.
Quando o profeta (saw) fez Tawaf e Sa'i com seus compenheiros, no ano
da Peregrinação da Despedida, ele ordenou a todos aqueles
que tinham sacrificado animais que mudassem suas intenções
do Hajj para a intenção da Umrah, cortassem os cabelos
e tirassem o Ihram até o Hajj. Ele disse "Se eu não
tivesse trazido o animal para o sacrifício eu teria feito o que
ordenei a vocês."
A Umrah
Se, do ponto de vista ritual o peregrino quiser ficar puro para a Umrah,
deve tirar sua roupa e banhar-se como faz após o ato sexual,
se oportuno. Ele deve perfurmar sua cabeça e barba com o melhor
óleo que puder encontrar. Não há mal se ficar alguma
coisa depois do Ihram.
Banhar-se para o Ihram é Sunnah tanto para o homem como para
a mulher, inclusive para as que estiverem menstruadas ou em período
de resguardo pós-parto. Depois do banho e de se preparar, o peregrino,
diferentemente da mulher menstruada ou de resguardo, faz a prece obrigatória
se estiver na hora. De outro modo, ele intenciona fazendo as duas rak'ahs
previstas na Sunnah, que são feitas cada vez que o Wudu é
feito.
Quando terminar sua oração, ele deve dizer: "Eis-me
aqui para a Umrah, eis-me aqui, ó Allah, eis-me aqui. Eis-me
aqui, Vós não tendes parceiros. Eis-me aqui. Certamente
que são Vossos todos os louvores, indulgências e soberania
e Vós não tendes parceiro." (conhecido como o talbiyah).
O homem levanta sua voz ao dizer essas palavras e a mulher as diz de
modo a que só a pessoa que estiver ao seu lado possa ouvi-las.
Aquele que estiver em Ihram deve dizer o talbiyah tanto quanto possível,
principalmente quando os locais e os períodos mudam. Por exemplo,
quando subindo ou descendo durante a viagem, ou quando o dia ou a noite
se aproximam. Ele também deve suplicar a Allah por Sua satisfação,
pelo Céu e buscar proteção na misericórdia
de Allah contra o Inferno.
A pessoa deve dizer o talbiyah durante a Umrah, começando no
momento em que coloca seu Ihram até começar o Tawaf (em
torno da Caaba). Durante o Hajj, a pessoa deve dizer isto, começando
no momento em que veste seu Ihram até começar a jogar
as pedras em Jamrah al-Aqabah, no dia da 'Eid.
Quando o peregrino entrar na Mesquita Sagrada, deve colocar primeiro
o pé direito e dizer: "Em nome de Allah e que a paz e as
bênçãos estejam com o Mensageiro de Allah. Ó
Allah, perdoe meus pecados e abra para mim as portas de Vossa misericórdia.
Eu procuro refúgio em Allah, o Todo Poderoso, e em Seu Nobre
Rosto e em Sua Eterna Soberania contra o amaldiçoado Satanás."
Em seguida, ele se aproxima da Pedra Negra, toca-a com sua mão
direita e a beija. Se isto não for possível, ele deve
olhar a Pedra Negra de frente e apontar para ela. É melhor não
empurrar, evitando machucar as pessoas ou ser machucado por elas.
Quando tocar a Pedra (ou apontá-la) o peregrino deve dizer o
seguinte: "Em nome de Allah, Allah é o Maior (Bismillah,
Allahu Akbar). Ó Allah, com fé em Vós, crença
em Vosso Livro, lealdade a Vós, submissão ao caminho de
Vosso Profeta Muhammad (s.a.w.)"
O peregrino deve caminhar tendo a Caaba à sua esquerda. Quando
alcançar o Rukn al-Yamani (o Canto Yamani), deve tocá-lo
(se conseguir) mas não beijá-lo, e dizer: "Nosso
Senhor, concedei-nos o bem nesta vida e o bem na outra e livrai-nos
da punição do Inferno. Ó Allah, imploro por Vosso
perdão e saúde nesta vida e na outra."
Cada vez que ele passar pela Pedra Negra, deve dizer: "Allah é
o Maior (Allahu Akbar)."
Durante o restante de seu Tawaf, ele pode dizer as súplicas
que lhe derem prazer, fazer a recordação de Allah e recitar
o Alcorão. Isto porque o Tawaf, Sa'i e as pedras de Jamrah foram
ordenadas com o propósito da recordação de Allah.
Durante o Tawaf, é necessário que o homem faça
duas coisas:
1 - Al-Idhtebaa': É feito desde o início do Tawaf até
o final. Al-Idhtebaa' significa colocar a metade superior da vestimenta
(rida') sob o braço direito e jogando a parte final sobre o ombro
esquerdo. Quando terminar de fazer o Tawaf, ele pode trazer a parte
superior da vestimenta (rida') para o estado original, porque o Idhtebaa'
é só durante o Tawaf; e
2 - Ar-Raml durante as três primeiras voltas: Ar-Raml significa
apressar o caminho com pequenas passadas. Nas quatro últimas
voltas, o peregrino deve caminhar em passo normal.
Assim que completar as sete voltas do Tawaf, ele se aproxima de Maqam
Ibrahim e recita: "Adotai a estância de Abraão como
um local de Oração" (2:125)
Ele reza duas pequenas raka'ahs, o mais próximo possível,
atrás do Maqam Ibrahim, Durante a primeira raka'at, ele recita
a surata al-Kafirun (capítulo 109) e durante a segunda, a surata
al-Ikhlas (capítulo 112).
Quando completar as duas raka'as, ele retorna à Pedra Negra
e a toca, se possível. Ele sai do local de Sa'i (a mas'aa) e
quando se aproximar de As-Safa, recita: "Em verdade, As-Safaa e
Al-Marwah estão entre os rituais sagrados de Allah." (2:158)
Ele sobe As-Safaa até que seja capaz de ver a Caaba. De frente
para ela e levantando as mãos, ele louva a Allah e faz súplicas
de sua preferência. O Profeta (s.a.w.) rezava assim: "Não
há outra divindade senão Allah somente" três
vezes, fazendo suas súplicas entre cada etapa.
O peregrino desce As-Safaa e se dirige para Al-Marwah em passo normal
até alcançar a marca verde. Então, ele prossegue
rápido até a próxima marca verde. Daí ele
continua em direção a Al-Marwah em passo normal. Quando
a alcancar, ele desce, de frente para a Qibla, levanta as mãos
e repete o que disse quando estava em As-Safaa. Ele desce Al-Marwah,
olhando de frente As-Safaa e tomando cuidado para caminhar nos locais
designados e apressar o passo quando tiver a orientação.
O peregrino continua com este procedimento até que complete sete
voltas. Ir de As-Safaa a al-Marwah corresopnde a uma volta e retornar
a uma outra volta.
Durante seu Sa'i, ele pode fazer as súplicas que desejar, recitar
o Alcorão e recordar Allah. Em complemento ao Sa'i, ele raspa
a cabeça. A mulher deve aparar o cabelo no comprimento de um
dedo.
Raspar é preferível, exceto quando o Hajj está
perto e não há tempo suficiente para que ele cresça
de novo. Neste caso, é melhor aparar o cabelo para que reste
algum cabelo que será raspado durante o Hajj.
Com isto, completa-se a Umrah. Neste ponto, o peregrino pode vestir
suas roupas comuns, perfumar-se e manter relações sexuais
com seus cônjuges, etc.
O Hajj
Na manhã do oitavo dia do mês Dhul-Hijjah, o peregrino
se purifica mais uma vez, banhanhdo-se como fez antes da 'Umrah, no
lugar onde ele vai permanecer, se for conveniente. Ele coloca seu Ihram
e diz: "Aqui estou para o Hajj. Aqui estou, ó Allah, aqui
estou. Aqui estou. Vós não tendes parceiro. Aqui estou.
Certamente são vossas todas as bênçãos e
soberania e Vós não tendes parceiros". (Este é
o Talbiyah).
Se recear que algo possa impedi-lo de completar o Hajj, ele deve apresentar
uma condição quando intencionar, dizendo: "Se eu
for impedido por qualquer obstáculo, o local do término
será aquele em que eu parar." Se ele não tiver esse
receio, não precisa firmar essa condição.
O peregrino vai a Mina e reza as 5 orações lá,
encurtando as orações de 4 unidades para 2 unidades cada,
sem juntá-las (por exemplo, rezar cada oração de
4 unidades como se fosse de 2 unidades, no tempo em que estão
prescritas).
Quando o sol se levantar, ele segue para 'Arafah e reza Zur e Asr,
juntas na hora do Zur, fazendo para cada uma 2 raka'ah. Se possível,
deve tentar permanecer na mesquita de Namira até que o sol se
ponha (caso contrário, pelo menos dentro dos limites de 'Arafah,
e recordar Allah e fazer tantas súplicas quanto possível
enquanto olha para a Qibla).
O Profeta (s.a.w.) rezava assim: "Não outra divindade que
não seja Allah somente. Ele não tem parceiros. Toda a
soberania e louvores são Seus e Ele tem o poder sobre todas as
coisas."
Se o peregrino ficar cansado, é permitido que ele tenha conversas
agradáveis com seus companheiros ou que leia livros benéficos,
principalmente aqueles referentes à misericórdia de Allah
e Suas bênçãos abundantes. Isto fortalecerá
sua esperança em Allah.
Em seguida, ele retorna às suas súplicas e deve garantir
que passe o fim do dia em súplicas porque a melhor das súplicas
são as súplicas do dia de 'Arafah.
Ao por-do-sol, ele vai de 'Arafah para Muzdalifah e reza lá
o Magrib, Isha e Fajr. Se ele estiver cansado ou tiver pouca água,
é permitido juntar as orações do Magrib e Isha.
Se ele achar que não chegará a Muzdalifah até depois
da meia-noite, deve fazer a oração antes de chegar lá,
porque não é permitido atrasar as orações
até depois da meia-noite. Em Muzdalifah, ele permanece em súplicas
e recordando Allah até um pouco antes do sol nascer.
Se, na manhã seguinte ele estiver cansado e não puder
acompanhar a multidão durante o lançamento das pedras
(Ar-Ramy) em Mina, é permitido que ele vá para Mina no
fim da noite para jogar as pedras em Jamrah antes da chegada da multidão.
Próximo ao nascer do sol, o peregrino vai de Muzdalifah para
Mina. Assim que chegar lá, fará o seguinte:
a- atira 7 seixos consecutivamente em Jamrah Al-Aqaba, que é
o monumento mais próximo de Meca, dizendo: "Allah é
o Maior (Allahu Akbar)", enquanto atira as seixos.
b- sacrifica um animal, come dele e dá uma parte para os pobres.
A matança é obrigatória em Mutamati e Qiran.
c- raspa ou apara o cabelo, sendo que é preferível raspar.
A mulher apara o cabelo no comprimento de um dedo.
Essas três coisas devem ser feitas, de preferência, na
ordem apresentada acima. Porém, não há restrição
se uma preceder a outra.
Depois de cumpridas as etapas acima, é permitido sair de Ihram.
O peregrino pode vestir suas roupas comuns e fazer tudo o que era lícito
antes do Ihram, com exceção de relações
sexuais com o cônjuge.
Ele vai a Meca para fazer o Tawaf e Sa'i. Faz parte da Sunnah usar
perfume antes de seguir para Meca. Uma vez completados o Tawaf e Sa'i,
o peregrino tem a permissão de fazer tudo o que era lícito
antes do Ihram, inclusive relações sexuais com o cônjuge.
Terminado o Tawaf e Sa'i, ele retorna a Mina para passar as noites do
11o. e 12o. dias lá.
Ele joga as pedras de Jamrah na tarde dos 11o. e 12o. dias. Ele começa
com o primeiro Jamrah, que é o mais afastado de Meca, depois
no meio e, finalmente, em Jamrah Al-Aqaba. Em cada uma das etapas serão
atirados 7 seixos consecutivamente, acompanhado do Takbir (dizer Allahu
Akbar). No primeiro Jamrah e no do meio, o peregrino pára para
fazer suas súplicas olhando para a Qibla. Nesses dois dias, não
é permitido atirar as pedras antes da noite. É melhor
que o Jamrah seja alcançado a pé, mas a montaria é
permitida.
Se ele estiver com pressa após lançar as pedras no 12o.dia,
deixa Mina antes do por-do-sol. Mas, se ele preferir prolongar sua permanência,
que é o melhor, então ela passará a noite do 13o.
em Mina e lançará as pedras naquela noite da mesma modo
que fez no dia anterior. Quando estiver pronto para retornar para seu
país, ele faz o Tawaf al-Wadaa (Tawaf da Despedida), dando 7
voltas em torno da Caaba. As mulheres menstruadas e as que estiverem
de resguardo não são obrigadas a fazer o Tawaf al-Wadaa.
A Visita a Medina
1. O peregrino pode ir a Medina antes ou depois do Hajj. A oração
realizada lá é melhor do que mil orações
em qualquer lugar do mundo, com exceção da Mesquita Sagrada
de Meca (que equivale a cem mil orações).
2. Quando chegar à mesquita, ele faz duas raka'ahs de saudação
(tahiyyah al-masjid) ou faz qualquer das orações obrigatórias
que seja devida.
3. Ele vai ao túmulo do Profeta (s.a.w.), e diante dele diz:
"Que a paz, a misericórdia e as bênçãos
de Allah estejam com você, ó Profeta. Que Allah lhe conceda
uma boa recompensa em favor de seu povo."
Ele dá um passo ou dois para a sua direita para se posicionar
diante do túmulo de Abu Bakr, cumprimenta-o e diz "Que a
paz, a misericórdia e as bênçãos de Allah
estejam com você, ó Abu Bakr, Califa do Mensageiro de Allah.
Que Allah esteja satisfeito com você e lhe conceda uma boa recompensa
em favor do povo de Muhammad."
Em seguida, ele dá um ou dois passos para a sua direita e se
posiciona diante do túmulo de 'Umar, cumprimenta-o e diz "Que
a paz, a misericórdia e as bênçãos de Allah
estejam com você, ó 'Umar, Comandante dos Crentes. Que
Allah esteja satisfeito com você e lhe conceda uma boa recompensa
em favor do povo de Muhammad."
4. Em estado de pureza, ele se dirige para a Mesquita Quba para rezar.
5. Depois, ele se dirige a Al-Baqee', para visitar o túmulo
de 'Uthman (que Allah esteja satisfeito com ele). Ali, ele o cumprimenta,
dizendo: Que a paz, a misericórdia e as bênçãos
de Allah estejam com você, ó Osman, Comandante dos Crentes.
Que Allah esteja satisfeito com você e lhe conceda uma boa recompensa
em nome do povo de Muhammad." Ele cumprimenta qualquer outro muçulmano
em Al-Baqee'.
6. Ele vai para Uhud e visita o túmulo de Hamzah (que Allah
esteja satisfeito comele) e os outros mártires que lá
estão. Ele os cumprimenta e suplica que Allah lhes conceda perdão,
misericórdia e felicidade.
Nota:
No Hajj ou Umrah, o muhrim é obrigado a:
1. Estar comprometido com as obrigações religiosas de
Allah, tais como as orações em seu devido tempo (em congregação
para os homens).
2. Evitar o que Allah proibiu, tal como obscenidade, iniquidade e desobediência.
"Que abstenham-se da obscenidade, da maldade e das disputas durante
o Hajj." (2:197)
3. Evitar ferir os muçulmanos com palavras ou atos dentro dos
locais sagrados ou qualquer outro.
4. Evitar tudo o que é proibido quando em Ihram:
a) não provocar a perda de seus cabelos ou unhas. A picada de
um espinho ou coisa assim não tem problema, mesmo que saia um
pouco de sangue.
b) não se perfumar, ou suas roupas, ou sua comida, ou sua bebida,
depois de entrar em estado de Ihram.
c) Não se lavar com sabonete perfumado. Não há
mal naquilo que permanecer sob o efeito de perfume usado antes do Ihram.
d) Não tocar, beijar, etc. sua esposa com paixão ou,
que é pior, ter relação sexual com ela.
e) Não propor casamento a uma mulher para si ou para os outros.
f) Não deve usar luvas embora não haja mal em enrolar
as mãos na roupa. Esta regra vale tanto para mulheres como para
homens.
GLOSSÁRIO
Abaya’: espécie de casaco, manta de lã.
Abu Bakr: primeiro califa muçulmano.
Al-Baqee’: principal cemitério em Medina.
Al-Idhtebaa: colocar a metade superior da vestimenta (rida') sob o braço
direito e a parte final sobre o ombro esquerdo durante o Tawaf.
Al-Ikhlas: capítulo 112 do Alcorão (Pureza da Fé).
Al-Kafirun: capítulo 109, do Alcorão (Aqueles que rejeitam
a Fé).
Al-Marwah: o nome do colina onde o muçulmano começa o
Sa'i.
Ar-Raml: caminhar rapidamente mas com passos pequenos durante os três
primeiras voltas do Tawaf.
‘Arafah: a parada mais importante durante o Hajj, localizado além
do santuário de Muzdalifah.
Ar-Ramy: apedrejar.
As-Safaa: nome da colina onde o muçulmano termina sua última
volta do Sa'i.
‘Asr: oração da tarde.
Burqa’: um véu que cobre orosto como um Niqab.
Dhul-Hijja: o décimo segundo mês do calendário islâmico.
Dhuhr: aoração do meio-dia.
‘Eid: celebração para os muçulmanos.
Ezaar: a parte de baixo da roupa de Ihram.
Fajr: oração da manhã.
Hajj: peregrinação oficial a Meca.
Hamzah: um dos tios do Profeta que foi martirizado na batalha de Uhud.
Ifraad: forma isolada de Hajj.
Ihram: o estado cerimonial de fazer o Hajj ou as próprias roupas
do Hajj.
Isha: oração da noite.
Jamrah: qualquer um dos três pilares que são apedrejados
em Mina recebem esse nome.
Jamrah Al-Aqaba: o pilar mais próximo de Meca.
Ka’bah: a Casa de Allah na Sagrada Mesquita de Meca.
Magrib: a oração do crepúsculo.
Maqam Ibrahim: os degraus de apedrejamento da estância do Profeta
Abraão.
Mas’aa: o espaço entre As-Safaa e Al-Marwah.
Masha’ir: santuários cerimoniais..
Mina: um vale perto de Meca que é um dos santuários cerimoniais.
Muhrim: uma pessoa em Ihram.
Mutamatti’: o peregrino que faz o Hajj Tamattu'.
Muzdalifah: um dos santuários cerimoniais do Hajj, entre Mina
e Arafah.
Namira: mesquita emMina.
Niqab: um véu que cobre o rosto e revela só os olhos.
Qiran: o peregrino que faz o Hajj Qiran.
Qibla: a direção para onde os muçulmanos se voltam
para rezar.
Qiraan: forma acompanhada de Hajj.
Quba: uma mesquita em Medina, costumava ficar nas cercanias da cidade.
Qur’an: Alcorão, o Livro de Allah.
Raka’ah: uma unidade completa da oração.
Rida’: a parte superior da roupa de Ihram.
Rukn Al-Yamani: o canto da Caaba virado para o Iêmen.
Sa’i: a caminhada feita entre As-Safaa and Al-Marwah.
Sunnah: o caminho do Profeta.
Surah: surata, capítulo do Alcorão.
Takbir: dizer "Allahu Akbar", Allah é o Maior.
Talbiat: a súplica feita pelo muçulmano assim que entra
em Ihram e fez suas intenções.
Tamattu’: forma agradável de Hajj.
Tarwiyya: o oitavo dia do mês Dhul-Hijja.
Tawaf: as voltas em torno da Caaba.
Tawaf Al-lfadha: Tawaf para o Hajj.
Tawaf Al-Wadaa: Tawaf da despedida.
Uhud: o nome de um monte em Medina e local da batalha de mesmo nome.
Umar: o segundo califa muçulmano e primeiro Comandante dos Crentes.
Umrah-minor Hajj: a combinação de Tawaf e Sa'i.
Uthman: o terceiro califa muçulmano e segundo Comandante dos
Crentes.
Wudu: ablução.
Fonte: http://www.sbmrj.org.br/Islam-PraticarHajjOmra.htm
http://www.islamismo.org/pilares_da_fe.htm