A
finalidade da oração é educar a alma, refinar o
caráter, afastar, de quem a pratica, todas as coisas reprováveis
ou pérfidas, e purificá-lo da imundice e da vileza.
Quando
vemos alguém que reza apropriar-se dos bens alheios ilicitamente,
semear a corrupção entre pessoas, realizar atos contrários
à religião, servir-se da oração para receber
elogios ou utilizá-la para encobrir os seus atos repreensíveis
e contrários às prescrições e às
proibições determinadas por ela, quando vemos tal pessoa,
é bom saber que as orações dela serão invalidas
e recusadas. Elas serão enrolas, como um trapo velho e lhe serão
atiradas ao rosto, quer queria, quer não.
Essas
orações não possuem nenhum valor, não aproximam
a pessoa de Deus. Ao contrário, afastam-na d’ele e aumentam
sua perdição.
Há
uma Tradição Sagrada que diz:
“Aquele a quem sua oração não preserva dos
atos abomináveis e da prática do ilícito, afasta-se
mais e mais de Deus.”
E
a legislação islâmica rejeita, também, a
oração do praticante, se ele não a pratica com
assiduidade e nas horas certas, se não faz corretamente as suas
abluções e se não a cumpre com as durações
necessárias de inclinação (ruku’) e prostração
(sujud), pois, a sua negligência indica indiferença; e
se ele não dá importância e este grande pilar, a
que irá dá-la?
Na
Tradição relatada por Anas Ibn Málik, conta que
o Mensageiro(s.a.w.s) (Deus o abençoe e lhe dê paz) disse:
“Aquele que faz a oração com a duração
certa, tendo feito, antes, as abluções corretamente, dedicado
o tempo necessário aos seus movimentos de consagração,
inclinação e prostração, fará com
que ela fique branca e resplandecente”. Ela lhe dirá: “Que
Deus o proteja como me tem protegido!” Aquele que a faz fora do
horário, sem ter realizado corretamente a ablução,
e aperfeiçoado a consagração, a inclinação
e a prostração, torna-la-á negra e sombria. Ela
lhe dirá: “Que Deus Se descuide de si, como você
se tem descuidado de mim!” E onde quer que a pessoa esteja, a
oração será enrolada, como um trapo velho e será
atirada ao rosto.” ( Transmitida por At-Tabarani)
Eis
o que diz o Altíssimo e o Grandioso, na Sagrada Tradição
que nos mostra de quem é aceita a oração, para
que isso sirva de lição àqueles que se desviaram
do caminho, fizeram de sua religião um meio para atingir suas
metas pessoais e rezaram por intenções que escondem em
seu íntimo. Que Deus os combata por este imenso desvio. Que vejam,
pois, a promessa de Deus àquele cuja oração tem
sido aceita!
Deus,
Todo-Poderoso e Majestoso, disse:
“Não aceito a oração, a não ser a
daquele que demonstro modéstia diante da Minha grandeza, que
jamais abusou de sua força com as Minhas criaturas, que não
adormeceu nenhuma noite, teimando em desobedecer-Me, que passou o dia
a Me invocar, que se mostrou misericordioso para com o indigente, o
viajante ou a viúva, e se compadeceu daquele a quem aconteceu
alguma desgraça. Para este, a luz da oração será
como a luz do sol. Eu o protegerei, com Meu pode, e mandarei Meus anjos
defendê-lo. Iluminarei para ele as trevas e, se ignorante, proporcionar-lhe-ei
compreensão. Sua imagem, entre as Minhas criaturas, é
como a do Jardim do Éden, no Paraíso”.
Conclui-se,
destas duas Tradições autênticas, o conceito em
que serão tidos aqueles que misturarem um ato virtuoso a um iníquo.
Poderá alguém, por acaso, tomar os indivíduos aqui
descritos como argumento para criticar a religião, injusta e
iniquamente?